segunda-feira, 12 de setembro de 2011

14 de Agosto de 2010 - RELATOS DOS MONITORES DO PROJETO QUILOMBO


     É com uma frase de Paulo Freire que inicio o meu relato...

“Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem “tratar” sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência ou teologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender, sem ensinar, sem idéias de formação, sem politizar não é possível.” (FREIRE, 1987 , p .64)

     Participar desse projeto é algo muito importante tanto para a minha formação acadêmica quanto para a minha vida, é desafiador, é um projeto que te faz pensar, questionar a todo o momento sobre o verdadeiro papel de um arte educador e a vivenciar novas experiências a cada dia.
     Ao chegar à Escola Nossa Senhora dos Navegantes, pela primeira vez, senti o quanto seria difícil, porém desafiador, inserir aquelas crianças e adolescentes em um mundo diferente do que elas estavam acostumadas, num mundo onde elas pudessem ser quem elas quisessem. 
Através do teatro estamos conseguindo dar uma nova oportunidade para essas crianças e adolescentes de um novo despertar para a vida, plantando uma sementinha em cada um e sendo assim fazer despertar o interesse deles pelas artes.
     Posso dizer que com o “Quilombo” estou contribuindo para que essas crianças e adolescentes sejam protagonistas de suas próprias histórias. 

Maicon Barbosa





    É
um desafio participar desse projeto que trata-se de um trabalho com o “fazer teatral” em comunidades pobres...

“O teatro (...) é a capacidade que temos de observarmo-nos em ação. Somos capazes de “ver vendo-nos”! Esta possibilidade de ser ao mesmo tempo o protagonista de nosso atos e nosso principal espectador, nos proporciona a possibilidade de pensar virtualidades, imaginar possibilidades, fundir memória e imaginação – que são dois processos psíquicos indissociáveis – de, no presente, reinventar o passado e inventar o futuro. Aí reside a imensa e poderosa força do teatro”. ( BOAL, 2008 p. 30)


     É inspirada em Boal que começo essa minha trajetória nesse projeto, “Construo e me construo” como arte-educadora trabalhando teatro para quem não tem teatro, semeando o pouco de conhecimento que tenho.
     Ao dar oficinas de teatro para mais ou menos 20 crianças/adolescentes da comunidade do navegantes, retorno as minhas primeiras vivências teatrais. Apadrinhada por uma professora aproveitei a oportunidade e dediquei-me, e como aprendiz reconhecendo a importância que teatro tem na construção de sujeitos, passo essa lição adiante. É uma caminho árduo é difícil o trabalho, mas eu acredito no potencial dos meus alunos acredito que essa semente que estamos plantando com esse projeto nessa comunidade, vai ter ótimos frutos.
     Esse projeto para mim é um trabalho compartilhado, solidário que talvez o retorno não seja imediato, mas é gratificante! Esse é meu olhar em construção...
Lídia Rosenhein



     O que me levou a fazer parte do Programa Vizinhança, do Projeto Quilombo: Teatro às Favelas foi às experiências vividas, que sempre estiveram presentes na minha vida, com trabalhos voluntários que sempre desenvolvia nas comunidades onde morava. Trabalhos estes, que me ensinaram a descobrir o verdadeiro sentido e valor de cada ser humano. Portanto, quando resolvi entrar para este Projeto, com toda certeza, sabia que não seria nada fácil, e que iria deparar-me em alguns momentos com situações que requereriam muita paciência, persistência, certa vocação e a cima de tudo, muito amor e dedicação. Sem dúvida nenhuma, foi gratificante compartilhar desta oficina com as colegas Dagma, que infelizmente deixou o Programa, e Lídia, que atualmente ministra as oficinas comigo. Chegar em casa, digitar os memoriais e aos poucos ir conhecendo cada uma dessas crianças é maravilhoso. È por isso que entrei para esse Projeto, para levar a essas crianças desprovidas de oportunidade, além de conhecimento, de uma visão de um mundo melhor, de uma vida mais digna, amor, passar a elas o real sentido do que é respeito, solidariedade, viver em comunhão com o outro e sonhar com um mundo mais justo e melhor para todos. 



Jandira Dias de Souza Brito

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